Em audiência na Câmara dos Representantes, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o governo está em "negociações avançadas" com 17 parceiros comerciais e que "podemos anunciar acordos já nesta semana", incluindo com "grandes parceiros". Ele destacou que muitos países apresentaram "propostas muito boas", mas criticou a China por ainda não ter se engajado nas conversas.
Questionado sobre o impacto das tarifas, Bessent evitou responder diretamente à pergunta sobre "quem paga" - após um parlamentar afirmar que "é o povo que paga". O secretário argumentou que "é uma mistura complexa de fatores" e defendeu a estratégia: "Se tarifas são tão ruins, por que outros países também as aplicam?"
Ele admitiu que há "incerteza estratégica" nas negociações, mas espera uma "significativa redução nas tarifas que os produtos americanos enfrentam".
Sobre os indicadores econômicos, Bessent minimizou riscos de recessão: "Não há nada nos dados econômicos que nos mostre que estamos em uma recessão."
Ele espera que os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre "sejam revisados para cima" e expressou confiança na arrecadação tributária, citando que a inteligência artificial (IA) ajudará a melhorar a eficiência. No entanto, criticou desperdícios: "Até US$ 50 bilhões em dinheiro dos contribuintes foram mal gastos na modernização da Receita Federal."
Quanto ao teto da dívida, Bessent afirmou que o país "nunca dará calote" e que o Tesouro vai "elevar o limite do teto", descartando medidas alternativas e "artifícios" para contornar o problema. A data exata ainda será divulgada, mas alertou que o governo está "no campo de aviso".
Eixo
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos reforçou os eixos da agenda econômica do governo do presidente norte-americano, Donald Trump: "comércio, cortes de impostos e desregulamentação".
Segundo ele, essas medidas já estão "dando frutos", com a criação de 464 mil empregos nos primeiros 100 dias da nova administração e a queda nos índices de inflação.
Bessent destacou a eficiência fiscal como prioridade, citando uma redução de US$ 2 bilhões no orçamento de tecnologia da informação da Receita Federal (IRS, na sigla em inglês) sem interrupções operacionais.
Além disso, criticou gastos excessivos: "A Receita Federal gastou US$ 450 milhões com processamento de papel neste ano. A nossa meta é reduzir esse valor para menos de US$ 20 milhões até o fim do segundo mandato de Trump por meio da automação".
O secretário também defendeu a permanência dos cortes de impostos propostos por Trump, classificando-os como "essenciais para expandir oportunidades econômicas". A agenda de segurança financeira também foi mencionada, com ações contra cartéis e redes terroristas, incluindo multas a organizações que facilitam lavagem de dinheiro na fronteira sul.
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