O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai realizar uma solenidade nesta quarta-feira, 7, que vai oficializar a troca do comando do Ministério das Comunicações. O antigo ministro, Juscelino Filho, substituído após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção, vai estar ao lado do novo chefe da pasta, Frederico de Siqueira Filho, indicado por ele.
O Estadão procurou o Ministério das Comunicações, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto.
A cerimônia vai ser realizada a partir das 10h30 no auditório Professor Lourenço Chehab, que fica na sede do ministério em Brasília.
Além de Juscelino e Frederico, a solenidade vai contar com a presença de autoridades, parlamentares e servidores do Ministério das Comunicações.
Juscelino pediu demissão no dia 8 de abril após ser denunciado pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob acusação de desvio de emendas parlamentares. O caso foi revelado pelo Estadão em 2023.
Além de ter atuado para que Lula nomeasse Frederico para a pasta, o ex-ministro foi o responsável por indicá-lo para a presidência da Telebras, onde o novo chefe das Comunicações ficou entre 2023 e o mês passado.
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) afirmou que o nome de Frederico foi avalizada por Juscelino, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e pelo líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA). O último chegou a ser anunciado como novo ministro, mas declinou da indicação. Os três escolheram um nome técnico e de confiança do União Brasil, já que a pasta das Comunicações faz parte da cota do partido na Esplanada.
Em uma série de reportagens, o Estadão mostrou que Juscelino, quando era deputado, destinou emendas do Orçamento da União à cidade de Vitorino Freire (MA) para asfaltar uma estrada que passava pela fazenda da sua família. À época, o município era administrado por Luanna Rezende, irmã do titular das Comunicações. Ela chegou a ser afastada da prefeitura no curso das investigações.
Entre os mais de R$ 50 milhões indicados por Juscelino, pelo menos R$ 5 milhões foram destinados para asfaltar a estrada que leva a uma das propriedades de sua família - uma fazenda em Vitorino Freire (MA). A irmã do ministro, Luanna Rezende, era prefeita do município de pouco mais de 30 mil habitantes.
O Estadão também revelou denúncias que embasaram investigações da PF sobre o possível desvio de verbas federais na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Terminado o inquérito policial, a corporação imputou ao ex-ministro os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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