Coletivo ARMY Help the Planet entrega 180 mil assinaturas ao Congresso e vira símbolo da resistência jovem contra o PL da Anistia
O K-pop se transformou em força política nessa terça-feira (7). Fãs da banda sul-coreana BTS, reunidos no coletivo AHTP (ARMY Help The Planet), participaram de um protesto no Congresso Nacional contra o Projeto de Lei 2.858/2022 — o chamado PL da Anistia ou PL do Golpe, que pretende perdoar os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
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Durante o ato, os jovens entregaram um abaixo-assinado com quase 200 mil assinaturas, colhidas na campanha Sem Anistia para Golpistas (www.semanistia.org). A manifestação aconteceu no Anexo II da Câmara dos Deputados e contou com a presença de parlamentares e representantes de diversas organizações da sociedade civil.
Além do protesto no Legislativo, uma comitiva do movimento — incluindo a co-diretora do AHTP, Mariana Faciroli, participou de uma entrega simbólica das assinaturas à ministra Gleisi Hoffmann, no Palácio do Planalto.
Com hashtags como #ArmyContraAnistia, #SemAnistia e #ArmyContraOPLdoGolpe, o coletivo mobilizou milhares de jovens nas redes e nas ruas, mostrando que a cultura pop também pode ser ferramenta de engajamento cívico. “Ser fã também é ser cidadão. A juventude está mobilizada e atenta”, destacou Faciroli durante o ato.
A ação do AHTP integrou um protesto maior organizado pelo Pacto pela Democracia, coalizão que reúne organizações como NOSSAS, Instituto Lamparina, Conectas, Instituto Sou da Paz, Transparência Eleitoral Brasil, entre outras. Também participou da mobilização o ativista Chico Paiva, neto do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar.
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Em nota oficial, o Pacto classificou o PL como “inconstitucional, impopular e uma ameaça à justiça e à memória democrática do país”. O texto afirma que o projeto, apesar de se apresentar como um gesto de pacificação nacional, “defende interesses privados e a negação da justiça”.
O Projeto de Lei 2.858/2022 ainda tramita no Congresso e pode voltar à pauta a qualquer momento. Cabe agora ao presidente da Câmara, Hugo Motta, decidir se arquiva de vez a proposta ou a coloca novamente em votação. Enquanto isso, o recado da juventude é claro: sem anistia para golpistas.
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