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Registros de roubo de carga apresentam queda no SAI

Polícia Rodoviária atribui bons resultados à estratégia baseada em análise de dados

Gabriel Gadelha
Especial para o Diário
18/05/2025 | 09:08
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FOTO: André Henriques | DGABC


O SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) atravessa 2025 com redução significativa nos crimes registrados. Segundo dados do 1º BPRv (Batalhão de Polícia Rodoviária), os indicadores criminais caíram de forma expressiva no último mês, especialmente em casos de roubos de motos e cargas de caminhões que utilizam as vias.

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De acordo com o tenente-coronel Marcelo Estevão de Oliveira, comandante do 1º BPRv, o resultado é reflexo de uma estratégia focada na análise de dados e aplicação de táticas específicas. “Temos um trabalho bastante sedimentado no policiamento rodoviário, com destaque para as operações do Tático Ostensivo Rodoviário. Essas ações são planejadas com base em locais, dias e horários com maior incidência criminal, definidos a partir de um mapeamento detalhado”, afirmou o oficial.

A Operação Guardiões Rodoviários é uma das principais frentes de combate ao roubo de carga. Segundo o comandante, a atuação ocorre de forma conjunta com outras unidades da PM (Polícia Militar), como o Comando de Policiamento do Interior 6. “Fazemos o policiamento nessas áreas com base nas estatísticas do Infocrim, o que permite uma atuação mais precisa e eficaz”, explicou.

O Infocrim 4.0, citado pelo oficial, é uma das ferramentas tecnológicas utilizadas pela corporação. “Consigo consultar os crimes que aconteceram na minha área, mesmo que a vítima tenha feito o boletim de ocorrência em outro município. Isso nos dá um panorama real das estatísticas e direciona nossas ações”, destacou o tenente-coronel.

MOTOS E CARROS

Entre os dados mais relevantes está a queda de 60% nos casos de roubo de motocicletas de alta cilindrada, registrada em março e abril. Esse tipo de crime não ocorre há 44 dias no SAI. O roubo de cargas, outro indicador sensível, não é registrado desde 7 de abril – o que representa mais de um mês de estabilidade. Casos de furto ou roubo de veículos também não foram registrados até a presente data, e os demais roubos não ocorrem desde 30 de abril.

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A Ecovias, concessionária que administra o SAI, mantém uma parceria permanente com o policiamento rodoviário. Segundo a empresa, policiais atuam 24 horas por dia no CCO (Centro de Controle Operacional), onde é feito o monitoramento em tempo real com apoio de mais de 300 câmeras instaladas ao longo das rodovias. “Essa integração é fundamental para garantir mais agilidade no atendimento às ocorrências de segurança viária, contribuindo também para o combate de crimes”, informou a concessionária.

Além da vigilância por vídeo, veículos de inspeção da Ecovias percorrem os trechos do sistema o tempo todo. Sempre que detectam alguma situação fora do comum, essas equipes acionam imediatamente as forças de segurança, possibilitando resposta rápida e coordenada. 

Apesar da queda nos números locais, o cenário nacional ainda preocupa. Segundo a NTC\&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), o Brasil registrou 10.478 roubos de carga em 2024, o que representa perdas de mais de R$ 1 bilhão em mercadorias. A redução de crimes, no entanto, foi de 11% em relação a 2023.

‘A gente se surpreende’, diz caminhoneiro sobre a redução

Morador de Mauá, o caminhoneiro Jonas Vitor Campelo, 25 anos, conhece bem o SAI. Ele comenta com surpresa a notícia da queda nos casos de roubo de carga em 2025. “A gente se surpreende. Ficamos felizes ao ouvir um dado como esse. Para quem conhece aqueles trechos, sabe que é um sistema bem complicado”, afirma.

Segundo Campelo, o risco faz parte do cotidiano da profissão. “Temos um certo conhecimento de estrada, sabemos os locais que são de alto risco. Conversando com colegas e com a gerenciadora de risco, entendemos onde pode rodar e onde não pode.”

Apesar disso, Campelo acredita que a presença ativa da polícia nas estradas é essencial para garantir mais segurança.“É isso que a gente está precisando no momento: uma polícia preventiva, não uma polícia que a gente só liga na hora que acontece algo.”

Mesmo com os números em queda, o caminhoneiro ressalta que ainda há pontos vulneráveis, especialmente no período da noite. “Para quem utiliza aquele trecho de madrugada ou à noite, é bem perigoso, porque tem pouquíssimos locais para usar em caso de emergência”, completa.




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