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Próximo do governo, Jeferson Leite diz sofrer perseguição dentro do PT

Fora do PED, vereador relata que foi excluído do grupo de WhatsApp da bancada petista

Bruno Coelho
23/05/2025 | 06:00
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FOTO: Reprodução Redes Sociais


Considerado 17º vereador da base governista do prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), Jeferson Leite afirma ser alvo de perseguição dentro do PT e pelos colegas de bancada na Câmara. Na mira do conselho de ética do diretório municipal, o petista foi retirado do grupo de WhatsApp com os outros quatro parlamentares correligionários, além de dizer que está excluído das reuniões do bloco no Legislativo e das chapas que disputam o PED (Processo de Eleição Direta) na cidade.

Figura presente em agendas públicas e reuniões com o prefeito junto à base aliada, Jeferson Leite se encontra deslocado dentro do partido, pelo qual se candidatou à reeleição em 2024 e foi o mais votado entre os 21 parlamentares, com o apoio de 7.782 eleitores. Isso porque a orientação do PT, que governou a cidade no governo anterior com o ex-prefeito José de Filippi Júnior, é clara: ser oposição à gestão de Taka.

Quando questionado no diretório municipal, Jeferson Leite se defende, alegando que apenas se coloca à disposição para o que é “melhor para a cidade”, mas a argumentação não convence os colegas de sigla, principalmente o presidente do partido em Diadema, o vereador Josa Queiroz. Desse modo, o parlamentar mais votado na cidade fica alheio às discussões internas do PT e do bloco petista no Parlamento.

O vereador diz que o partido o adotou como alvo de perseguição e exclusão nos debates internos. “Com relação ao PED, a minha exclusão do processo de formação de chapa é apenas mais uma das formas claras de perseguição. O presidente do partido me excluiu do grupo do ‘Whats’ da bancada e agora, com a discussão das emendas que o bloco propôs no projeto do Executivo no que se refere ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal), não me chamaram em nenhum momento para contribuir”, afirma.

RESPOSTA

Ao tomar conhecimento da declaração do correligionário, Josa não deixou barato e rebateu. Segundo o presidente do PT de Diadema, Jeferson Leite está fora das chapas do PED por decisão própria ao não fazer parte das discussões internas, optando por reuniões com a base de Taka, além de agendas com a presença do prefeito. Josa reafirmou que o colega vai responder internamente por seu posicionamento divergente à bancada.

“Somos nós que estamos sofrendo perseguição, com um vereador do nosso partido que se coloca nessa condição perante o governo. Ele não cumpre uma única decisão partidária. Aliás, o vereador deveria ter atitude e assumir a decisão de caminhar com esse governo. O vereador sequer honra com os compromissos financeiros dele com o partido, conforme prevê o estatuto. Portanto, ele não tem moral para cobrar o PT”, dispara Josa.

Composta por cinco vereadores, a bancada do PT está com quatro parlamentares isolados na oposição a Taka. Além de Josa, colocam-se nessa frente Orlando Vitoriano, Patty Ferreira (líder do bloco) e Gel Antônio. No outro lado, o prefeito passou a contar oficialmente com 16 legisladores na sua base pelo Parlamento. 

O PT de Diadema considera a situação de Jeferson Leite insustentável. O parlamentar já foi advertido verbalmente e por escrito pelo conselho de ética. Uma próxima punição ao não seguir as orientações seria a suspensão de direitos partidários, perdendo o poder de deliberação na sigla. Uma última etapa desse atrito seria a expulsão, vista por petistas como inevitável e iminente.

BATE-BOCA

Após a aprovação do Programa de Recuperação Fiscal e votos contrários de Jeferson Leite às emendas apresentadas pelo próprio partido, ontem, houve uma discussão acalorada entre o próprio vereador e Patty Ferreira. O parlamentar disse na tribuna que não teve acesso às propostas modificativas apresentadas pela bancada, o que gerou indignação da líder do bloco, que afirmou o contrário. Em seguida, houve aumento no tom de voz e bate-boca nos corredores da Casa, deixando o clima ainda mais tenso.

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